domingo, 24 de março de 2013

Basuke no Ai


Capítulo 13

Assim que sai da casa do Teito, fui instantaneamente falar como Shinonome, que já estava na casa de Aoki. Toquei a campainha e Aoki a atendeu. Eu já estava chorando de ódio e de medo.
- Mikado!? Está tudo bem? O que aconteceu? - Perguntava Aoki, muito preocupado.
- Posso entrar? - Perguntei aos choros.
- Claro, entra. - Ele colocou as mãos em meus ombros e me guiou até a sala de TV. A casa dele era mediana. Tinha uma sala de jantar, uma de TV, uma de estar, dois quartos, um dele e o outro de visita, uns dois banheiros e uma cozinha.
A sala tinha um sofá simples, um criado mudo ao lado do sofá, um móvel com a TV em cima. Aoki me sentou no sofá e logo Shinonome entrou no local. Shino estava usando calça jeans, camisa branca com alguns detalhes pretos, estava sem sapatos, só de meia e usava um avental de cozinha. Como seu cabelo estava meio comprido, ele havia prendido-o com presilhas e um elástico de cabelo. Uma verdadeira dona casa.
Ao me ver chorando, correu para a minha direção. Depois de tentarmos namorar, e não deu certo, Shinonome começou a me tratar como um filho, então de vez em quando eu o chamo de omma.
(Nota: Omma = Mãe, em coreano.Mikado chama Shino especificamente de omma, porque sua mãe era coreana e seu pai japonês, e então sua mãe o acostumou com omma.)
- Ai meu Deus, Mika! O que aconteceu? - Perguntou ele, muito preocupado.
- Omma, eu preciso falar com você. Só com você. - Disse.
- Aoki, - ele se virou para o namorado - pode nos deixar a sós um momentinho?
- Claro. - Respondeu o entregador.
Assim que ele saiu da sala, Shino se virou para mim, sentou-se do meu lado, colocou as mãos em meus ombro e perguntou novamente:
- O que aconteceu?
- Omma, eu não sei o que fazer. - Eu continuava chorando. - Lembra do Jake?
- Sim sim.
- Então... Eu... Traí o Teito com ele. - As lágrimas correram pelo meu rosto.
- Calma, calma. Ei... - Dizia ele, tentado me acalmar. - Deixa eu ver se eu entendi. O Jake, o vizinho novo do Teito, certo? Você fez exatamente o que com ele?
- Primeiro ele me beijou, logo ameaçando transar comigo e nesse dia e não sei, mas eu tinha perdido o controle e deixado me levar, mas o Teito me chamou então não rolou nada. Mas hoje, quando o Teito foi buscar a pizza, que eu e o Jake tínhamos ido jantar na casa dele, o Jake me levou para o quarto de visitas e nós transamos. Eu não quero que o Teito descubra, omma.
- Calma, vai ficar tudo bem. Faz assim ó: conversa com o Teito, fala que você teve algumas “perdas de controle” e que acabou se deixando levar, fala que não foi por querer. Afinal, você estava fora de si, não estava?
- Estava.
- Então, você não tem culpa. Quem tem culpa é esse baka (idiota) do Jake.
- Mas é aí que tá o problema. Ele... Eu... - Eu não conseguia achar as palavras. Comecei a chorar mais ainda. - Eu não sei o que fazer omma... E se o Teito terminar comigo?
- Se ele terminar, eu vou na casa dele e quebro todos os dentes dele. - Disse ele, fazendo cara de malvado. - Mas, ó... Quer que eu vá com você?
- Mas eu não quero falar para ele! Eu não quero correr o risco de terminar o namoro.
- Mas se você não contar, alguma hora ele vai descobrir e vai ser pior.
Eu fiquei quieto por um tempo, deixando as lágrimas descerem pelo meu rosto.
- Me desculpe. - Falei em tom de voz baixo.
- Pelo o que? - Shinonome me olhava como uma mãe de verdade.
- Por estragar a sua noite com o Aoki.
- Ah, por isso? Relaxa, a gente já... - ele ficou uns segundos quieto. - Você sabe. Whatever, quer passar a noite comigo?
- Aqui na casa do Aoki?
- Não, não. Lá em Osaka. - Disse, brincando comigo. - Claro que é aqui, filho baka.
- Nossa, sankyou.
- É brincadeira, bobão. Cê sabe que eu amo você, son(filho, em inglês).
O Aoki apareceu na sala e disse:
- Mor, eu desliguei a miso soup, antes que ela fervesse.
- Ah! Obrigado. - Agradeceu Shinonome. - Ah! Aoki, tudo bem se o Mikado dormir aqui comigo?
- Claro, mas como vai ser?
- Você pode continuar no seu quarto, eu vou pro de visita e junto as duas camas de solteiro que tem lá.
- Ok, eu vou adiantando isso para você, mas você que vai arrumar as camas, tá?
- Tá bem, isso é o de menos.
Aoki saiu da sala e foi para o quarto de visitas juntar as camas. Depois disso, omma disse:
- Nós vamos jantar, quer comer também?
- Ah não, obrigado, eu já jantei.
- Está bem, mas sente-se com nós na mesa.
- Claro.
- E enxuga essa lágrimas! - Disse ele, me dando uma bronca de mãe.
Puxei a manga do meu casaco e sequei meu rosto. Logo, nos sentamos na mesa da sala de jantar e eles comeram e ficamos conversando. Até que aquilo tinha me ajudado bastante, tinha melhorado bastante o meu humor. Depois, fomos até o quarto, Shino arrumou as camas e nos deitamos.
- Lembra quando eu cantava para você dormir?- Perguntou Shinonome.
- Lembro, omma. - Ele acariciava meu cabelo.
- Quer que eu cante?
- Por favor. - Respondi, me virando de frente para ele e abraçando-o.
- “Hana mo kimo bokura mo kanashii
Sora ni mukatte nobiru shika nai
Utsumu kutabi ni bokura wa kizuki
Soshite mata miageru

Nemuru anata wa kanashi sou de
Warui yume demo miteru youda
Boku wa koko dayo tonari ni iruyo
Dokoemo mou ikanai
How do I live without you?”
(Musica - Bird, fechamento da segunda temporada de Kuroshitsuji)
Quando ele cantou o último verso, abracei-o mais forte.
- Vai ficar tudo bem, ok?
- Uhm. - Respondi.
- Boa noite, son.
- Boa noite, omma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário