Capítulo 18
Estávamos indo para o aeroporto e eu
estava dormindo no carro, porque, tipo, a gente acordou às 3:30 DA MANHÃ! E eu
estava morto. O Teito podia bater o carro, cair do penhasco, o carro dar mil
cambalhotas e cair em um lago que eu não ia acordar. Não que isso aconteceu,
mas se acontecesse, eu não acordaria. Fui acordado por Teito.
- Mor... Chegamos...
- Hm? Que horas são...
- São 4:03.
- Hmmm.
Saímos do carro, pegamos as malas e fomos
até a área de embarque. Passaram-se duas horas até que chegou o nosso vôo.
Fomos até o avião, entramos nele e quando fomos conversar com a pessoa que
estava entre a gente, sebe quem encontramos? O JAKE! Eu não podia acreditar.
Teito ainda não tinha notado, mas tinha ficado bem surpreso com a minha cara.
- Que foi, Mika? Parece que viu um
fantasma.
Eu não consegui dizer nada, somente
apontei para Jake. Percebi pela cara de Teito que ele tinha ficado que nem eu.
Eu estava rezando para que não fosse ele que estivesse entre nós. Mas parece
que Deus não tava querendo me ajudar, não. Era exatamente esse ser que estava
entre a gente! Fomos até nossos acentos.
- Ja-Jake. - Disse.
- Oh, olá! Então são vocês que estão
sentados do meu lado...
- É... - Disse Teito. - Sobre isso...
Será que você poderia trocar de lugar comigo, para eu ficar do lado do Mikado?
- Mas é claro. - Disse Jake.
Jake pulou para o acento da janela, Teito
ficou no meio de nós e eu fiquei no corredor. Todos os passageiros se sentaram
e o piloto disse: “Senhoras e senhores, peço a gentileza de vocês, que coloquem
os cintos e não soltem até que a luz no painel, acima de vocês, apague.”
Colocamos os cintos e então o avião começou a decolar. Eu estava morrendo de
medo, então agarrei no braço de Teito. Pude sentir ele acariciando minha cabeça.
Decolamos. Eram 24 horas até o Brasil. O que eu ia ficar fazendo 24 horas
dentro de um avião?
Não sei quanto tempo que nós estávamos no
avião, acho que uma 4-5 horas, que o Jake disse:
- Teito... Troca de lugar comigo? - Ele
parecia mal.
- Por que? Tá tudo bem? - Perguntou
Teito.
- Eu tô passando mau...
- Claro.
Eles trocaram de lugar e eu quase morri
com o Jake ao meu lado.
“Senhores passageiros, iremos passar por
uma turbulência. Peço que fiquem calmos, não será nada sério”, disse o piloto.
“UMA TURBULÊNCIA?!”, eu pensava, “NÃO
SERÁ NADA SÉRIO?! O AVIÃO VAI TREMER E NÃO SERÁ NADA SÉRIO?!”
Assim que o avião começou a tremer, eu
achei que a gente ia morrer, eu estava e pânico. A única coisa que veio na
minha cabeça foi “eu preciso abraçar alguém”. E foi o que eu fiz, eu agarrei o
primeiro braço que eu achei. E foi justamente o de Jake. Percebi que ele ficou
surpreso com o meu ato, mas eu nem liguei, estava me cagando de medo. A única
sorte que tive era que Teito estava dormindo, então ele não viu a cena.
- Mikado... - Cochichou Jake, para não
acordar Teito. - Está tudo bem?
- Já acabou? - Perguntei, muito nervoso.
- Sim, já acabou. - Jake colocou a mão em
minha cabeça e repetiu: - Já acabou.
- Ah... - Disse, me afastando de seu
braço. - Me desculpe...
- Tudo bem... Sua primeira vez em um
avião?
- É... - Respondi, envergonhado.
- Normal ficar nervoso. - Disse ele,
tentando me acalmar. - Eu também fiquei quando viajei de avião pela primeira
vez.
- Ficou?
- Fiquei. Mas relaxa, vai dar tudo certo.
Me encostei no acento novamente e peguei
meu Ipod. Pelo menos eu tinha um Ipod, não é um Camaro, mas é de boa qualidade.
Fiquei jogando alguns jogos que eu tinha baixado até que, acho que, anoiteceu e
o piloto disse que entregariam mascaras de dormir para nós. Aquele piloto
falava muito. Acho que ele devia ter falado menos ter pilotado mais.
Dormimos.
Depois de muitas horas, nos acordam
oferecendo café da manhã. Era um suco de caixinha e uma barrinha de cereal!
Suco de caixinha. Barrinha de cereal. Que café da manhã nutritivo.
Passaram-se mais algumas horas até
chegarmos no Brasil. Sei lá que horas eram, só sei que estava escurecendo já
quando desembarcamos. Cara, como o aeroporto de lá era incrível. Era grande,
bem limpo e sei lá o que mais...
- Que hotel vamos ficar? - Perguntei para
Teito.
- Eu não sei falar o nome desse hotel,
não. - Respondeu ele. - Aliás, nem é hotel. É um condomínio que dá para alugar
casas quando está em viagens. É esse daqui. - Teito me deu um folheto com o
nome do condomínio. Estava escrito “Guaratuba II”.
Saímos do aeroporto já com nossas malas e
pegamos um táxi. O cara foi super gentil com nós. Fomos até o condomínio e o
taxista nos deixou na casa que o técnico do Teito tinha alugado para nós. Uma
casa para cada jogador.
E tinha praia no condomínio. Ainda bem
que levei sunga e bermuda. Teito havia me dito que essa praia era VAZIA.
A casa era mediana, tinha dois andares.
No debaixo havia uma sala de TV, uma com uma mesa de jogo de cartas, uma de
estar, uma cozinha, uma sala de jantar. Nenhum desses cômodos eram grandes.
Ainda no andar debaixo, tinha um quintal com uma piscina. No andar de cima,
tinha quatro quartos, dois de casal e dois de solteiro. Subimos até um dos
quarto de casal, nos jogamos na cama e dormimos.
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