quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sem identidade - capítulo 3

Yooooooo pessoinhas da terra! Aí vai o terceiro capítulo do meu livro "Sem identidade". Enjoy it!

______________________________________________________


3º Capítulo

Chegando à prisão, Micky comentou:
- Então é aqui a cadeia? Que feia, poderia ser melhor.
- Micky, não comente nada, é melhor.
- A grama foi cortada?* - Perguntou Micky.
*Ainda está com a arma?
Os policiais se entreolharam com cara de confusos.
- Ah sim, a grama está cortada?
- Ah sim.
Um dos policiais disse:
- Vamos, Jorge (que era um dos policiais) você leva o menino para aquela cela e eu levo a garota para a outra.
- Isso eu já não vou permitir. - Disse Micky, calmamente.
- Como é que é? - Perguntou um dos policiais.
- Por questões particulares e por condições médicas nós temos de ficar juntos.
- Ah tá. Vai Jorge, leva ele.
Micky, enfurecida, tirou a arma do bolso e a apontou para o policial, mas logo em seguida outro policial foi por trás dela e a pegou pelos braços, mas a garota deu um chute nele e correu para o lado de Matt.
- Eu não vou ficar longe dele, mas não vou mesmo! - Disse ela enfurecida.
- Micky? - Ouvia-se uma voz distante - Micky, é você?
- Michel? É você?
- Quem? - Perguntou Matt.
- Meu irmão. Michel?
- Micky, corra para cá. - Disse a voz distante.
Micky fez o que o irmão pediu, correu para a cela, onde estavam Michel e Tânia (mãe de Micky). Policiais tentaram pará-la, mas não conseguiram. Sem que eles percebessem, Matt conseguiu ir atrás de Micky. Ela chegou à cela dos familiares e segurou nos ferros e começou a falar com a mãe.
- Mãe, mãe, está tudo bem, o que aconteceu? Você está toda ferida!
- É do trabalho daqui. E você está linda, como cresceu. - Dizia a mãe enquanto passava as mãos no cabelo de Micky. - Quem é esse cara com você?
- Esse é Matt, meu parceiro.
- Prazer. - Disse Matt.
- Michel! - Disse Micky.
- Micky, você está linda. - Disse Michel. - C-Cuidado! A polícia está atrás de você!
Um policial agarrou os braços de Micky e a puxou para trás, mas Matt bateu no policial com a arma, então os dois foram empurrados para dentro da cela dos parentes. Micky abraçou a mãe e o irmão.
- Tem assaltado muitos lugares? - Perguntou o irmão.
- Ah sim.
- Bonito rapaz esse, Micky. É seu namorado? - Perguntou Tânia.
- N-Namorado? N-Não, é só meu parceiro. Não é, Matt?
- Ah sim, só um parceiro. - Respondeu Matt abaixando o rosto.
O irmão e a mãe se entreolharam sorrindo, já sabendo do amor do ruivo pela filha.
- Querida - disse a mãe -, vem aqui no canto da cela rapidinho.
- Ah, okay.
- Tá na cara que ele está apaixonado por você.
- Eu sei, ele já me disse.
- Sério? Quando?
- Hoje mais cedo, quando a polícia foi pegar a gente na rua.
- Eu acho - disse o irmão, se intrometendo na conversa - que você deveria ficar com ele.
- D-De onde você apareceu? - Perguntou Micky assustada.
- Do mesmo lugar que você. Da barriga da mamãe. Ah é! Como está o papai?
Micky abaixou o rosto e foi sentar ao lado de Matt. Uma lágrima escorreu pelo rosto de Micky e ela disse:
- “A coruja voa a meia noite”.
- O que?! - Disseram os familiares ao mesmo tempo.
- “A coruja voa a meia noite”, foram as ultimas palavras dele.
- Gavião. - Comentou sussurrando a mãe.
Michel não disse nada, somente abaixou o rosto e então o silêncio permaneceu na cela. E então, de repente, se escuta da cela à frente:
- Psiu! Tânia!
Tânia levantou rapidamente a cabeça e olhou para a cela. Correu para as grades:
- Fala.
- Você ainda tem aquela lixa de ferro? Acho que vamos conseguir... - Antes de terminar a frase, fez uns movimentos com a mão expressando a fuga e então apontando o ponto de fuga.
- Se você nos ajudar, eu te entrego a lixa.
- Tá, tá, tá, tá. Passa aí, vai passa.
- Tony, pega aí - disse Tânia, deslizando a lixa pelo chão passando para a outra cela.
- Quem é esse, mãe? - Perguntou Micky.
- Esse é Tony, um amigo que eu e seu irmão fizemos aqui.
Era 1 da manhã e então Tony tomou a iniciativa de terminar o plano de fuga. Sucesso, ele terminou de arranhar as grades com a lixa e então as soltou devagar, para não fazer barulho algum, ouviu barulhos de passos e a colocou novamente em seu lugar. Todos fingiam estar dormindo e começaram a ouvir vozes:
- Então Berny, - dizia um policial para seu filho - aqui, quando você for que nem eu, vai ser onde você ficará para tomar conta dos bandidos.
- Já te falei para me chamar de Bernardo, pai.
- Tá, Bernardo - continua o pai - você entendeu tudo?
- Sim, mas... Quem disse que eu quero ser policial?
- Ué, você não quer?
- Não...
- Pensei que você gostaria de ser que nem eu, mas tudo bem...
Micky curiosa se arrasta pelo chão até a grade e vê o policial e o filho conversando.
- Micky, volte aqui. - Sussurra a mãe.
A morena balança a mão para a mãe e continua a observar o pai e o filho andarem. Fala bem baixo:
- Filho bonito... Bernardo, né...
- Mana, volta aqui, não é seguro. - Sussurrou Michel.
A irmã ignorou o irmão. Os dois que andavam pelos corredores da prisão foram embora e Tony continuou seu plano e saiu da cela.
- Ótimo, agora nos ajude. - Disse Tânia indo em direção à grade.
- Foi mal, linda, mas hoje não vai dar não... - Disse Tony correndo para fora da prisão.
- Ingrato! Maldito! Eu fiz tudo por você! Idiota! - Gritava Tânia. - Polícia! Fugitivo! Ele está escapando, peguem-no!
Os policiais foram correndo até a cela da família e perguntaram o que estava havendo para toda essa gritaria.
- Olhe, olhe! - Dizia Tânia apontando para a cela em frente. - Eles escaparam, eles fugiram.
- Vamos, até a entrada, eles ainda não devem ter conseguido abrir a porta da frente. - Disse um policial.
Correram e chegaram até a porta onde estavam os fugitivos tentando abrir a porta com a lixa de ferro. Os policiais pegaram as algemas e prenderam-nos novamente. Enquanto os fugitivos passavam em frente à cela da família, Tony olhou com desprezo para Tânia, logo assim correndo em direção às grades e então, tentou a enforcar. Pegou no pescoço da mãe e logo em seguida Micky pulou na frente da mãe agarrando os braços de Tony e pressionando-os contra as grades fazendo uma dor imensa no fugitivo.
- Aaaaai, idiota! Para, tá doendo sua vagabunda. - Gritou Tony.
- Tu que é vagabundo! Ingênuo que faz promessa e depois as quebra. Seu eu pudesse, quebrava tua cara agora. - Respondeu Micky.
- Então quebra, garotinha mimada.
Micky deu uma joelhada nas partes baixas de Tony, fazendo-o ajoelhar-se, e voltou ao fundo de sua cela. Matt foi até sua parceira e disse:
- Micky... Você...
- Não é nada, Matt. - Disse Micky interrompendo-o.
- Mas Micky, eu me preocupo com você. Você está com uma cara de desapontada, ou triste, sei lá.
- Eu já disse que não...
Um policial chega à cela dos familiares e interrompe Micky.
- Quem é o Michel? - Pergunto o policial duramente.
- E-Eu... - Responde o irmão.
- Venha, agora. - Continuou o policial abrindo a cela, assim levando o irmão com ele para outro lugar.
- Volte logo. - Disse Tânia preocupada.
Meia hora depois, o policial que levou Michel voltou com uma triste notícia para a família.
- Michel morreu no trabalho.
- Como assim?! Como assim ele morreu? M-Michel? Michel! - Dizia Tânia descontrolada
- Meu irmão morreu? Meu irmão... - Dizia Micky bem baixo. - Papai morreu, Michel morreu. QUEM É O PRÓXIMO AGORA? - Gritou Micky, já descontrolada.
Micky agarrou na blusa do policial, chorando como uma descontrolada.
- Por quê? Por quê? - Perguntava Micky.
- Como ele faleceu?  - Perguntou Tânia.
- Foi um policial que estava olhando ele. Ele viu seu filho fazendo algo suspeito, não quis dizer o que, e utilizou a arma de choque inúmeras vezes.
- E o que vocês fizeram? - Perguntou Micky ainda chorando.
- O prendemos.
- Só isso? Por que não o mataram? - Disse Tânia, se irritando.
- Não tenho tempo para ficar batendo papo, já está quase na hora de dormir. - Disse o policial indo embora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário