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3º Capítulo
Chegando à prisão,
Micky comentou:
- Então é aqui a
cadeia? Que feia, poderia ser melhor.
- Micky, não comente
nada, é melhor.
- A grama foi
cortada?* - Perguntou Micky.
*Ainda está com a
arma?
Os policiais se
entreolharam com cara de confusos.
- Ah sim, a grama
está cortada?
- Ah sim.
Um dos policiais
disse:
- Vamos, Jorge
(que era um dos policiais) você leva o menino para aquela cela e eu levo a
garota para a outra.
- Isso eu já não
vou permitir. - Disse Micky, calmamente.
- Como é que é? -
Perguntou um dos policiais.
- Por questões
particulares e por condições médicas nós temos de ficar juntos.
- Ah tá. Vai
Jorge, leva ele.
Micky, enfurecida,
tirou a arma do bolso e a apontou para o policial, mas logo em seguida outro
policial foi por trás dela e a pegou pelos braços, mas a garota deu um chute
nele e correu para o lado de Matt.
- Eu não vou ficar
longe dele, mas não vou mesmo! - Disse ela enfurecida.
- Micky? -
Ouvia-se uma voz distante - Micky, é você?
- Michel? É você?
- Quem? -
Perguntou Matt.
- Meu irmão.
Michel?
- Micky, corra
para cá. - Disse a voz distante.
Micky fez o que o
irmão pediu, correu para a cela, onde estavam Michel e Tânia (mãe de Micky).
Policiais tentaram pará-la, mas não conseguiram. Sem que eles percebessem, Matt
conseguiu ir atrás de Micky. Ela chegou à cela dos familiares e segurou nos
ferros e começou a falar com a mãe.
- Mãe, mãe, está
tudo bem, o que aconteceu? Você está toda ferida!
- É do trabalho
daqui. E você está linda, como cresceu. - Dizia a mãe enquanto passava as mãos
no cabelo de Micky. - Quem é esse cara com você?
- Esse é Matt, meu
parceiro.
- Prazer. - Disse
Matt.
- Michel! - Disse
Micky.
- Micky, você está
linda. - Disse Michel. - C-Cuidado! A polícia está atrás de você!
Um policial
agarrou os braços de Micky e a puxou para trás, mas Matt bateu no policial com
a arma, então os dois foram empurrados para dentro da cela dos parentes. Micky
abraçou a mãe e o irmão.
- Tem assaltado
muitos lugares? - Perguntou o irmão.
- Ah sim.
- Bonito rapaz
esse, Micky. É seu namorado? - Perguntou Tânia.
- N-Namorado?
N-Não, é só meu parceiro. Não é, Matt?
- Ah sim, só um
parceiro. - Respondeu Matt abaixando o rosto.
O irmão e a mãe se
entreolharam sorrindo, já sabendo do amor do ruivo pela filha.
- Querida - disse
a mãe -, vem aqui no canto da cela rapidinho.
- Ah, okay.
- Tá na cara que
ele está apaixonado por você.
- Eu sei, ele já me
disse.
- Sério? Quando?
- Hoje mais cedo,
quando a polícia foi pegar a gente na rua.
- Eu acho - disse
o irmão, se intrometendo na conversa - que você deveria ficar com ele.
- D-De onde você
apareceu? - Perguntou Micky assustada.
- Do mesmo lugar
que você. Da barriga da mamãe. Ah é! Como está o papai?
Micky abaixou o
rosto e foi sentar ao lado de Matt. Uma lágrima escorreu pelo rosto de Micky e
ela disse:
- “A coruja voa a
meia noite”.
- O que?! -
Disseram os familiares ao mesmo tempo.
- “A coruja voa a
meia noite”, foram as ultimas palavras dele.
- Gavião. -
Comentou sussurrando a mãe.
Michel não disse
nada, somente abaixou o rosto e então o silêncio permaneceu na cela. E então,
de repente, se escuta da cela à frente:
- Psiu! Tânia!
Tânia levantou
rapidamente a cabeça e olhou para a cela. Correu para as grades:
- Fala.
- Você ainda tem
aquela lixa de ferro? Acho que vamos conseguir... - Antes de terminar a frase,
fez uns movimentos com a mão expressando a fuga e então apontando o ponto de
fuga.
- Se você nos
ajudar, eu te entrego a lixa.
- Tá, tá, tá, tá.
Passa aí, vai passa.
- Tony, pega aí -
disse Tânia, deslizando a lixa pelo chão passando para a outra cela.
- Quem é esse,
mãe? - Perguntou Micky.
- Esse é Tony, um
amigo que eu e seu irmão fizemos aqui.
Era 1 da manhã e
então Tony tomou a iniciativa de terminar o plano de fuga. Sucesso, ele terminou
de arranhar as grades com a lixa e então as soltou devagar, para não fazer
barulho algum, ouviu barulhos de passos e a colocou novamente em seu lugar.
Todos fingiam estar dormindo e começaram a ouvir vozes:
- Então Berny, -
dizia um policial para seu filho - aqui, quando você for que nem eu, vai ser
onde você ficará para tomar conta dos bandidos.
- Já te falei para
me chamar de Bernardo, pai.
- Tá, Bernardo -
continua o pai - você entendeu tudo?
- Sim, mas... Quem
disse que eu quero ser policial?
- Ué, você não
quer?
- Não...
- Pensei que você
gostaria de ser que nem eu, mas tudo bem...
Micky curiosa se
arrasta pelo chão até a grade e vê o policial e o filho conversando.
- Micky, volte
aqui. - Sussurra a mãe.
A morena balança a
mão para a mãe e continua a observar o pai e o filho andarem. Fala bem baixo:
- Filho bonito... Bernardo,
né...
- Mana, volta
aqui, não é seguro. - Sussurrou Michel.
A irmã ignorou o
irmão. Os dois que andavam pelos corredores da prisão foram embora e Tony
continuou seu plano e saiu da cela.
- Ótimo, agora nos
ajude. - Disse Tânia indo em direção à grade.
- Foi mal, linda,
mas hoje não vai dar não... - Disse Tony correndo para fora da prisão.
- Ingrato!
Maldito! Eu fiz tudo por você! Idiota! - Gritava Tânia. - Polícia! Fugitivo!
Ele está escapando, peguem-no!
Os policiais foram
correndo até a cela da família e perguntaram o que estava havendo para toda
essa gritaria.
- Olhe, olhe! -
Dizia Tânia apontando para a cela em frente. - Eles escaparam, eles fugiram.
- Vamos, até a
entrada, eles ainda não devem ter conseguido abrir a porta da frente. - Disse
um policial.
Correram e
chegaram até a porta onde estavam os fugitivos tentando abrir a porta com a
lixa de ferro. Os policiais pegaram as algemas e prenderam-nos novamente. Enquanto
os fugitivos passavam em frente à cela da família, Tony olhou com desprezo para
Tânia, logo assim correndo em direção às grades e então, tentou a enforcar.
Pegou no pescoço da mãe e logo em seguida Micky pulou na frente da mãe
agarrando os braços de Tony e pressionando-os contra as grades fazendo uma dor
imensa no fugitivo.
- Aaaaai, idiota!
Para, tá doendo sua vagabunda. - Gritou Tony.
- Tu que é
vagabundo! Ingênuo que faz promessa e depois as quebra. Seu eu pudesse,
quebrava tua cara agora. - Respondeu Micky.
- Então quebra,
garotinha mimada.
Micky deu uma
joelhada nas partes baixas de Tony, fazendo-o ajoelhar-se, e voltou ao fundo de
sua cela. Matt foi até sua parceira e disse:
- Micky... Você...
- Não é nada,
Matt. - Disse Micky interrompendo-o.
- Mas Micky, eu me
preocupo com você. Você está com uma cara de desapontada, ou triste, sei lá.
- Eu já disse que
não...
Um policial chega
à cela dos familiares e interrompe Micky.
- Quem é o Michel?
- Pergunto o policial duramente.
- E-Eu... -
Responde o irmão.
- Venha, agora. -
Continuou o policial abrindo a cela, assim levando o irmão com ele para outro
lugar.
- Volte logo. -
Disse Tânia preocupada.
Meia hora depois,
o policial que levou Michel voltou com uma triste notícia para a família.
- Michel morreu no
trabalho.
- Como assim?!
Como assim ele morreu? M-Michel? Michel! - Dizia Tânia descontrolada
- Meu irmão
morreu? Meu irmão... - Dizia Micky bem baixo. - Papai morreu, Michel morreu.
QUEM É O PRÓXIMO AGORA? - Gritou Micky, já descontrolada.
Micky agarrou na
blusa do policial, chorando como uma descontrolada.
- Por quê? Por
quê? - Perguntava Micky.
- Como ele
faleceu? - Perguntou Tânia.
- Foi um policial
que estava olhando ele. Ele viu seu filho fazendo algo suspeito, não quis dizer
o que, e utilizou a arma de choque inúmeras vezes.
- E o que vocês
fizeram? - Perguntou Micky ainda chorando.
- O prendemos.
- Só isso? Por que
não o mataram? - Disse Tânia, se irritando.
- Não tenho tempo
para ficar batendo papo, já está quase na hora de dormir. - Disse o policial
indo embora.
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