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Capítulo 3 - Apaixonado
Estávamos nos preparando para ir na casa
do Teito para buscar meu celular, que até hoje eu não entendo como eu esqueci
ele lá...
- Vamos? - Perguntei, enquanto destrancava
a porta.
- Calma, dois segundos. - Respondeu
Shinonome, que estava terminando de colocar o tênis all star preto dele.
Ele terminou e nós saímos. Caminhamos e
fizemos o mesmo caminho que eu fiz naquele dia mais cedo. Nada de interessante
de novo. Estava bem frio e como o Shinonome queria usar um par de luvas que eu
tinha (e eu só tinha um) e eu também queria, ele colocou uma luva na mão
direita e eu coloquei uma não mão esquerda e andamos de mãos dadas. Não nos
importamos se nos vissem assim, não somos namorados, então não tem nada com o
que se preocupar.
- Ele mora longe? - Perguntou ele, que
parecia cansado com o caminho.
- Não... - Respondi. - Mora ali. - E
apontei para o prédio no qual ele morava.
Fomos até lá e toquei a campainha. Teito
atendeu a porta e nos convidou para entrar. Pela cara de Shinonome, ele ficou
bem surpreso com o local.
- É enorme. - Comentou ele.
- É. - Disse. - Onde está meu celular,
Teito? - Perguntei para Teito.
- Aqui está. - Respondeu ele, me
entregando o meu telefone.
- Obrigado. Bem, agora nós vamos...
Senti ele segurando o meu braço. Eu ainda
estava meio envergonhado pelo ocorrido, então eu queria ir embora o mais rápido
possível.
- Mikado...
Não fale meu nome com essa voz suave!
- Vocês não querem ficar assim.
Não nos convide tão facilmente assim.
- Claro. - Respondeu Shinonome.
NÃÃÃÃÃÃÃO!
Fomos até a sala e nos sentamos no sofá.
Shinonome e Teito ficaram conversando. Eu não sei sobre o que, não prestei
atenção. Fiquei voando nos meus pensamentos sobre aquela noite. Lembrando cada
coisa que ele sussurrava no meu ouvido. “Mikado...”, “Você é muito fofo”, “Mikadooooooo!”
Ah não! Senti alguma coisa no meu occhin. Há! Ele acordou! Sim, uma ereção só
porque eu lembrei da voz do Teito.
- Com licença, eu vou ao banheiro. - Disse.
Andei até o banheiro, tranquei a porta e
pá! Abaixei a calça e o occhin tava enorme. Disso eu com certeza me arrependo.
Depois de um tempo:
- Ele tá demorando, o Mikado. - Comentou
Shinonome.
- Será que tá tudo bem com ele? -
Perguntou Teito.
- Eu vou lá ver.
Shinonome andou até a porta do banheiro,
bateu e perguntou:
- Mikado? - Levei um susto. - Tá tudo bem?
- Ah sim... Eu... Eu...
- Deixe-me entrar.
- Não... Quero dizer, é melhor não...
- Por que? Tá tudo bem? - Perguntou ele
enquanto tentava abrir a porta.
Dei a descarga para fingir que estava
fazendo outra coisa que não fosse masturbar, abri a porta e puxei ele pra
dentro rapidamente.
- Eu não sei o que tá acontecendo comigo,
Shinonome. - Cochichei.
- Por que? - Perguntou ele baixinho.
- Eu só lembrei do Teito falando algumas
coisas ontem a noite que eu fiquei ereto.
- É que você tá apaixonado.
- É... Mas quando se está apaixonado, você
não fica ereto pensando na pessoa.
- Mas você não tava pensando nele, tava
pensando no que ele disse ontem a noite.
Mas relaxa, vamos voltar pra lá antes que ele pense que estamos juntos.
Saímos do banheiro e Teito ficou me
encarando.
- Eu... Vou pegar um copo de água. - Disse
Shinonome.
Depois que ele saiu, Teito disse:
- Mikado, tá tudo bem?
- Am? Ah! Tá sim. Eu só...
- Você...?
- Am... - Eu não conseguia achar a
desculpa certa. E antes que eu pudesse pensar, Teito havia me puxado no sofá,
me deitado, subido em mim e me beijado. Sim, são muitas ações.
- Teito. - Disse enquanto ele ainda me
beijava. - Não...
Ele se separou um pouco de mim, que estava
um pouco ofegante pelo fato de ele ter me pego de surpresa.
- Por que? - Perguntei com lágrimas nos
olhos.
- Por que o que?
- Por que eu?
- I’m back... - Disse Shinonome, voltando
para a sala.
Me levantei, puxei o Shinonome pelo braço
e disse:
- Vamos embora.
Saímos do apartamento dele e nos sentamos
no banco do parque. Coloquei a mão no rosto e comecei a chorar. Isso, chorar.
No meio do parque.
- Mikado. - disse Shinonome, colocando uma
de suas mão nas minhas costas. - O que aconteceu.
Não respondi.
- Não chora. Se não eu vou chorar também.
Não respondi novamente. E ele fez
exatamente o que disse que ia fazer. Deitou a cabeça em meu ombro e começou a
chorar.
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